Newton Duarte comenta na introdução deste livro que o episódio bíblico sobre o bezerro de ouro é uma das mais antigas referências ao fenômeno que depois veio a ser chamado de fetichismo. Na narrativa bíblica, Moisés destrói o bezerro de ouro, reduzindo-o a pó, obriga o povo a beber água com esse mesmo pó e ordena "que matem cada um a seu irmão, seu amigo, seu vizinho", ocorrendo o assassinato de cerca de três mil homens. A intensidade do castigo foi proporcional ao significado social, político e psicológico do fetichismo. No século XIX, dois alemães fazem uma crítica também contundente ao fetichismo: Ludwig Feuerbach, mostrando que todo deus é um fetiche, pois os deuses são todos criados pelos seres humanos, e Karl Marx, revelando o segredo do fetichismo das mercadorias e expondo a essência alienante da sociedade capitalista.
Esta coletânea foi organizada com o propósito de mostrar a necessidade da crítica ao fetichismo da individualidade nos campos da educação, da psicologia e das demais ciências voltadas para os diversos aspectos da vida humana.