No fim do ano de 1968, em Niterói, Cléa é presa em casa por militares da ditadura vigente. Estão à procura do seu marido, deputado em seu segundo mandato. Cléa tem dois filhos pequenos e está grávida de Ana.
A prisão, a tortura e o medo cindem a vida da família e instauram entre todos o silêncio.
Décadas depois, a história emerge em um diálogo entre mãe e filha, numa busca dolorosa pela verdade e pela possibilidade de reescrever um novo começo. Nascer de novo, como resposta a um momento histórico em que tudo parecia acabar.
"Mãe e filha atentas à palavra, como se pela primeira vez se deixassem falar, dialogam sobre a mais dramática circunstância política, a ditadura e suas violências fartas. Assim se constrói a narrativa tensa e vívida de Ana Kiffer. Um breve romance saturado de história, saturado de dor de um país, dor escrita com tinta que não se apaga."