O Romance dum Homem Rico
Tietoa kirjasta
[…] das suas melhores novelas pela íntima adesão ao drama afectivo das personagens.
JACINTO DO PRADO COELHO
A verdade é que o romanesco camiliano nos destina uma ficção singularíssima como condição de legibilidade de todas as outras ficções: a que, num dos seus mais notórios efeitos, nos propõe as histórias que conta como se fossem contadas pela mesma entidade – Camilo ele próprio. É uma ficção de romancista, a mais interessante das ficções camilianas, e seguramente a primeira entre as que contribuem para singularizar a posição de Camilo na literatura portuguesa.
ABEL BARROS BAPTISTA
«Este foi o mais querido dos meus romances», declarou Camilo Castelo Branco no Prefácio d’O Romance dum Homem Rico, acreditando que seria aquele que iria prevalecer sobre todos os outros. «O meu melhor romance é o Dum Homem Rico», escreveu numa carta ao editor José Gomes Monteiro. E se dúvidas houvesse, reiterou ainda em Memórias do Cárcere: «É o livro a que eu mais quero, e, a meu juízo, o mais tolerável de quantos fiz. Estava ao meu lado um coração que eu ia desenhando naquela Leonor […].»
Foi na Cadeia da Relação do Porto que Camilo Castelo Branco escreveu esta obra, em 1861, quando esteve preso devido à sua relação com Ana Plácido, mulher casada, o que na época configurava crime de adultério. E é em Ana Plácido que Camilo se inspira para a personagem Leonor, mulher por quem se apaixona o «homem rico» do romance, Álvaro Teixeira de Macedo, que o narrador conhece numa viagem de comboio…
Injustamente esquecida, é hora de (re)ler a obra predilecta de um dos raros génios da literatura portuguesa.
ESTA EDIÇÃO INCLUI:
Nota introdutória • «O padre, o amigo do padre e o romancista: Figurações do romancista em O Romance de Um Homem Rico», de Abel Barros Baptista • Cronologia cultural da época
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