A segunda década do século XXI terminou com uma notícia que de início pareceu menor do que se transformou meses depois. Quem poderia imaginar que aquelas primeiras notícias vindas de um hospital de uma cidade do interior da China, na virada do ano 2019 para 2020, poderiam impactar de tal forma as vidas do planeta? Tudo começou com sete pacientes internados com pneumonia em dezembro de 2019 em Wuhan, e ao longo dos meses que se seguiram os números de infectados no mundo chegam à casa de milhões, dentre eles centenas de mortos. Esse é um cenário assustador para um mundo em que a crença cega em avanços da tecnologia pode nos salvar de tudo. E de repente tudo o que parecia certo se transformou em dúvidas, em perdas, de trabalho, de renda, de familiares, amigos, o mero ato do encontro entre as pessoas tornou-se uma ameaça. Diante de todo esse quadro que nos colocou como protagonistas e coadjuvantes de um episódio de uma série distópica, um grupo de pesquisadores, filósofos, historiadores, teólogos, pedagogos, construiu reflexões a respeito da efemeridade da existência humana, ao mesmo tempo em que propõe argumentos a favor de uma vida mais digna, da singeleza das relações entre os seres, e da importância da dignidade e do amor.