Uma obra-prima essencial para a compreensão da visão poética de Pessoa, com múltiplas e infindáveis interpretações, inclusivamente contraditórias.
Uma obra repleta de simbolismo, «realmente um só poema» numa sequência de quarenta e quatro composições imersas num certo sebastianismo. Questão que só o próprio Pessoa poderia decifrar: até que ponto essa construção saudosista e sebastianista não é apenas e só mais uma das máscaras do poeta, mais uma das facetas do seu fingimento?
A história de Portugal é o tema, ainda que o intuito não seja propriamente narrar os grandes feitos portugueses. Com Pessoa revisitámos o passado lendário e mítico, a saga dos Descobrimentos, na busca de um sentido para essa antiga grandeza contraposta à decadência atual. Estaremos diante do plano para regenerar Portugal, incutido nesse desígnio divino e espiritual – o Quinto Império? Ou será que, como disse Jorge de Sena, a Mensagem é apenas a criação poética, e por isso, lúdica, de um Portugal mítico?