Desde suas origens, o neoliberalismo procede de uma escolha fundadora, a escolha pela guerra civil. E essa escolha continua, ainda hoje, direta ou indiretamente, a comandar suas orientações e suas políticas, com o recurso cada vez mais explícito à repressão e à violência dirigidas às sociedades. Guerra pela concorrência e contra a igualdade. Trata-se, neste livro, de acrescentar um capítulo que se tornou fundamental às genealogias existentes, escrito à luz das formas cada vez mais brutais das políticas neoliberais. O que aparece ao se puxar esse fio não é um neoliberalismo "novo" ou "degenerado", mas a face mais sombria de sua história, a de uma lógica dogmática implacável que não hesita em relação aos meios empregados para enfraquecer e, se possível, destruir seus inimigos.