A Revolução de 1930, mais do que selar o fim de uma velha República oligárquica e inaugurar um novo Brasil moderno e industrial, como dizia o próprio regime de Vargas e seus intelectuais, representou o auge de uma crise advinda de princípios da década de 1920, de um modelo político e econômico respectivamente marcado pela chamada Política dos Governadores e pela exportação cafeicultora. Além disso, marcou o início de fortes disputas entre setores mais ou menos modernos e tradicionais da sociedade brasileira, culminando na imposição ao país, a 10 de novembro de 1937, de um novo modelo político-econômico de tipo autoritário e corporativo. Para além dos anos Vargas, contudo, questões como a centralidade do Estado, a proeminência do Executivo e alguns princípios de sua legislação social se manteriam até muito recentemente no país.