Muitas vezes tido como um dos pais das ciências sociais, o filósofo escocês Adam Ferguson ainda é, curiosamente, um ilustre desconhecido por grande parte do público brasileiro. Tendo formado com Adam Smith e David Hume a nata do Iluminismo escocês, que floresceu na transição entre os séculos XVIII e XIX numa Escócia ainda assolada pela pobreza e pelo atraso, Ferguson sempre teve como objeto central de seu pensamento a noção – anti-hobbesiana – de que o homem é um ser naturalmente social, destinado a viver em sociedade. É a partir desse princípio que ele desenvolve suas ideias sobre as formas como o gênero humano concilia valores morais em uma sociedade comercial.