O livro trata da atuação do Estado, das igrejas e do "mundo do crime" como lógicas distintas que organizam as relações de sociabilidade e sensos de justiça nas margens urbanas. A partir de etnografia conduzida em uma favela de Belo Horizonte, discute-se como estas três normatividades, em sua coexistência cotidiana, constroem entre si relações simbólicas que se alternam entre disputa e articulação e produzem um mecanismo de análise moral de pessoas e comportamentos. Em última instância, o que este mecanismo tripartite constrói é uma classificação entre vidas e mortes mais ou menos importantes e, consequentemente, corpos mais ou menos passiveis de serem alvo de violência na favela.