Origens psíquicas da autoridade e do autoritarismo
Beskrivelse av boken
Por que os seres humanos tendem a estabelecer relações de domínio e servidão? Além dos fatores sociais, políticos e históricos em jogo, quais são as bases psíquicas de tal tendência? Este livro é um ensaio em torno de tais questões, tomando como eixo central o modo como se institui psiquicamente a autoridade e se forma o Eu autoritário. Sua referência principal é a psicanálise, mas não sem diálogos com a antropologia, filosofia, sociologia, linguística e literatura. Por meio desses diálogos, elabora dois conceitos-chave: desejo de poder – extraído especialmente de uma leitura das teorias de Saussure e Lacan – e vontade de potência – embasado principalmente nas teorias de Gross, Freud e Lacan. Esses conceitos servirão, dentre outras coisas, para sustentar a tese de que a vontade de dominação e de submissão não são inerentes à condição humana. Ao final, levanta reflexões sobre por que e como o autoritarismo pode ser combatido a partir da psicanálise.
Capítulo 1. Instituição da autoridade e do desejo de poder Poderes da linguagem / Poderes na linguagem / Impotências da linguagem / A constituição do sujeito na linguagem e as estruturas psíquicas / Falo simbólico e falo imaginário / Desejo de poder e autoridade simbólica / Autoridade imaginária ou despótica
Capítulo 2. A formação do Eu autoritário e a origem da vontade de potência A teoria do narcisismo em Freud / O estádio do espelho e a alienação do Eu: Lacan com Pirandello / O zangão alado da tirania narcísica / A teoria do conflito interno de Gross: o próprio vs. o estrangeiro / A origem psíquica da servidão voluntária e do autoritarismo
Capítulo 3. Combatendo o autoritarismo a partir da psicanálise Política e psicanálise como ofícios impossíveis / Psicanálise e Estado / Revolução vs. Conservadorismo / Psicanálise revolucionária ou conservadora? / Psicanálise contra o autoritarismo / A clínica psicanalítica como contradispositivo / Psicanálise e Educação / Atos políticos homólogos aos atos psicanalíticos: revoluções discursivas que geram subversões subjetivas