E se a vida fosse pensada a partir da morte? E se a ironia pudesse revelar novas perspectivas sobre o fim da vida, olhando com inteligência e humor para um dos tabus mais complexos de nossa época?
Ginevra Lamberti, autora italiana cuja escrita se revela precisa e articulada, caracterizada por profunda capacidade de observação e leveza, não teme investigar os interstícios mais incômodos da nossa sociedade, tornando-os motores de sua busca. Misturando gêneros — o romance autobiográfico que combina realidade e ficção se entrelaça às formas da crônica e do conto —, empreende uma aventura poética e filosófica para conhecer a morte em suas múltiplas camadas: a organização de uma funerária, o mestrado em Death Studies e as práticas de uma tanatoesteta são algumas das situações relatadas pela autora que ensinam a enfrentar esse capítulo da existência sem censurá-lo. Vista de perto, a morte se torna mais humana, e a seu caráter trágico e solene se acrescentam a ironia e a leveza que permitem todo tipo de reflexão, iluminando também aqueles espaços mais escuros. Lamberti fala da poesia do cotidiano a partir de outro ponto de vista: mergulhar na vida, partindo de seu fim.