Filha de um carteiro e de uma dona de casa, Clara dos Anjos, jovem mulata do subúrbio carioca de Inhaúma, fica conhecendo Cassi Jones, rapaz de família rica e socialmente bem posta, numa roda de viola na casa de seus pais. Conquistador, sem caráter, Cassi é famoso por seduzir mulheres casadas e moças humildes, engravidando-as e destruindo suas vidas.
Mesmo sabendo disso, Clara acaba se envolvendo com Cassi. Nesse relacionamento, a jovem é vítima da discriminação que cria um enorme fosso entre sua família negra e suburbana e a família branca e abastada de Cassi Jones.
Tendo como pano de fundo a vida nos subúrbios cariocas, Clara dos Anjos, concluído em 1922 e publicado em livro, pela primeira vez, em 1948, retrata a realidade brasileira do início do século XX e é uma denúncia contundente – com foco na discriminação da mulher negra e pobre que era seduzida e abandonada – da desigualdade social, do preconceito racial, da divisão de classes que ainda hoje, quase um século depois, ocorrem no Brasil.