Rio de Janeiro, anos 1870. O jovem Sérgio ingressa em uma prestigiosa instituição de ensino reservada à aristocracia e à burguesia carioca e se encontra imerso em um universo violento, cujos códigos ainda não domina. Romance de formação por excelência, esta obra não se acomoda no figurino realista da época: dono de um estilo singular, Raul Pompeia se sobressai pelo traço expressionista com que desenhou com destreza e refinamento seus personagens.

O Ateneu

Sérgio, agora com cerca de trinta anos, é o narrador do livro, no qual ele se recorda dos tempos em que passou em um colégio para rapazes no Rio de Janeiro chamado Ateneu. A nata da sociedade estudava ali. Quando ingressou para o colégio, seu pai lhe disse: Sérgio, vais conhecer o mundo. O rapaz pensou que o pai se referia às aulas, aos livros, mas estava enganado. Um livro maravilhoso, com traços autobiográficos, que aborda assuntos polêmicos de forma sutil, porém sem desprezar a complexidade de cada assunto tratado. A obra é considerada uma das mais importantes do Realismo brasileiro.

Raul D'Ávila Pompéia (1863- 1895) escreveu O Ateneu em 1888, publicado como folhetim no jornal A Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, onde era crítico de arte. Abolicionista fervoroso, engajou-se nas causas mais progressistas de seu tempo. Grande orador, republicano convicto, formado em letras e direito, chegou a diretor da Biblioteca Nacional, de onde foi demitido por motivos políticos. O Ateneu, sua obra mais famosa, é considerado um dos romances mais inteligentes da literatura brasileira, graças a sua versatilidade artística, ecletismo e um tocante sentido de realidade. Raul Pompéia suicidou-se no Rio de Janeiro aos 32 anos.

Neste conto, Raul Pompeia confere ao leitor a possibilidade de resolver o mistério por si mesmo. Narra-se aqui o suposto rapto da menina Vevinha, filha do carpinteiro Eduardo, que desaparece de casa subitamente. Viúvo, ele só tinha a filha como motivo de viver. O suspeito? Seu sócio Matias. A finalidade? Dinheiro!

MiniPops

Violeta

"No mar" conta a história de Júlio e Júlia, que se conheceram junto à murada de um navio e tiveram visões distintas um do outro, reveladas ao leitor em final surpreendente. Como é também surpreendente todo o conto "Rogério, o rude", verdadeira analogia em torno da ambição, cercada de imagens incomuns ao estilo de Raul Pompeia.

No mar e Rogério, o rude - dois contos de Raul Pompéia

Tema frequente na literatura do século XIX, a "carta de intriga" move a trama de "Mocinha". Nele, conta-se como o casamento de Mocinha e Arsênio foi abalado por esse recurso. Em "Olhos", a morte é o tema de Raul Pompeia, ao explorar a dor do pai da jovem Ema, que conta sua tragédia ao narrador, uma década depois de se terem conhecido numa praça.

Mocinha e olhos: Dois contos de Raul Pompeia

A tragédia e as torres das igrejas são os traços a unir esses dois contos de Raul Pompeia. Em "A cruz da matriz", o personagem Brício vive o conflito entre as condições de sacristão e amante da natureza. Já em "A andorinha da torre", a menina Rita adorava ouvir os sinos bem cuidados pelo avô, mas o Dia de Aleluia chega com más notícias.

A cruz da matriz e a andorinha da torre: Dois contos de Raul Pompeia

Em "Último Castelo", o leitor encontra a história do poeta Álvaro. No Rio de Janeiro do século XIX, ele era notório pela intensidade não só de seus poemas, mas também de seus atos. Ao realizar seu desejo maior, constituir família, enfrente a adversidade da traição. Em "Os parricidas", o narrador participa de uma festa de casamento num castelo e se depara com uma bizarra situação: encontra acorrentado e preso o avô da noiva.

Último castelo e os parricidas: Dois contos de Raul Pompeia

Dois retratos realísticos da miséria humana: assim se propõem esta duas narrativas de Raul Pompeia. Em "História cândida", não se engane o leitor com o adjetivo: abandono e sedução reunidos na história triste da Rachadinha, personagem central. Já "Amor de inverno" oferece uma reflexão sobre desejo e velhice, com enredo surpreendente.

História cândida e amor de inverno: Dois contos de Raul Pompeia

No conto "A batalha dos livros", não é sem razão que o protagonista se chama Aristóteles: assim como o filósofo grego, o personagem, que é também um sábio, depara-se com a incapacidade de classificar o conhecimento, o que o atormenta. Trancado sozinho em sua biblioteca, sem admitir sequer a companhia do sobrinho Sancho, ele padece de sua condição.

A batalha dos livros

No mar e Rogério, o rude: Dois contos de Raul Pompeia

Um bem planejado mergulho no íntimo de um pintor, com relação à sua própria obra: eis a trama desse conto "O modelo de anjo", de Raul Pompeia. Nele, é contada a saga do artista italiano Carlo Giacometo, recém-imigrado para o Brasil, na busca de uma moça que lhe sirva de modelo para pintar um anjo. Quando, enfim, a encontra, tem uma terrível surpresa.

O modelo do anjo

Em "O mal de D. Quixote", o leitor encontra o discurso de um homem tido como louco para seu médico, discurso esse que soa como um poema ou prosa poética filosófica e colorida de intertextualidades. Em "O tapacurá de Cendi", Raul Pompeia usa um cenário indígena para contar a história trágica da índia Cendi, assediada pelo pajé de sua tribo.

O mal de D. Quixote e O tapacurá de Cendi

Joaninha, protagonista deste conto de Raul Pompeia, é uma jovem órfã que vive com o pai, quase sempre bêbado e agressivo. Dois estudantes com muto más intenções observam aquela condição e, na primeira oportunidade, selam o destino da moça. "A mona do sapateiro" é exemplo da mestria do autor, apresentando toda a força do Movimento Realista.

A mona do sapateiro

Com os traços marcantes do Naturalismo, o conto "Maladetto Francesco!" narra cruamente a triste história do garoto Francesco, imigrante napolitano, órfão, cuja vida oscila entre as ruas do Rio de Janeiro, onde vende jornais, e o cortiço onde mora com um italiano que deveria ser seu protetor, mas apenas o explora.

Maladetto Francesco

Neste kit com 3 clássicos em quadrinhos, o leitor encontrará obras consagradas da literatura brasileira em uma nova linguagem totalmente ilustrada! O clássico escrito por Raul Pompeia conta as recordações de Sérgio, da época em que era estudante em um internato, e destacam a rigidez da disciplina imposta pelos professores e as dificuldades vividas pelo garoto durante este período. Na obra de Lima Barreto, Policarpo Quaresma, um funcionário público devotado e nacionalista ferrenho, desperta a incompreensão das pessoas, o que faz com que sofra grandes agruras diante da intolerância das autoridades. Em O alienista, Machado de Assis conta a história do médico Simão Bacamarte que monta um manicômio na cidade de Iraguaí. Tudo vai bem até que seus diagnósticos começam a abranger mais pessoas, gerando um sentimento de revolta na população.

Clássicos em quadrinhos

Box Clássicos em Quadrinhos

"Quase tragédia e Tílburi de praça" reúne dois contos pitorescos de Raul Pompeia, que exploram com ironia e crítica social as complexidades das relações humanas. Em "Quase tragédia", Eduardo e Adélia estão prestes a se casar, mas uma série de infortúnios ameaça transformar a cerimônia em um desastre. Já em "Tílburi de praça", o inocente João se casa com uma viúva, mas a verdadeira surpresa está na dificuldade de encontrá-la, tornando o casamento uma comédia de ausências. Ambas as histórias oferecem uma reflexão profunda sobre as ironias da vida e os imprevistos do destino, com temas atemporais que continuam a ressoar com leitores de qualquer época.

Quase tragédia e Tílburi de praça: Dois contos de Raul Pompeia

Em "É morto Pulcinella...!", Raul Pompeia traz à tona a melancolia da viscondessa Amélia, uma jovem cujas escolhas são moldadas pelo patriarcado e pelas rígidas expectativas de sua sociedade. Forçada a um casamento arranjado por seu pai, ela se vê dividida entre o dever e a paixão por Armando, o pintor que a cativou ao retratar seu rosto. A história mergulha nas tensões entre o desejo de liberdade e as imposições de um mundo machista, onde a mulher é frequentemente refém das convenções sociais. Pompeia, com uma escrita sensível, explora a luta de Amélia por seu amor genuíno e sua busca por autonomia, revelando as complexas angústias de viver em uma sociedade que limita a liberdade feminina.

É morto Pulcinella...!

Grandes clássicos da Literatura Brasileira e Portuguesa. No kit 'Para passar no vestibular' você encontrará os títulos: Quincas Borba (Machado de Assis), Bons dias (Machado de Assis), Sonetos (Luís de Camões), Poemas escolhidos (Gregório de Matos), O marinheiro e outros textos dramáticos (Fernando Pessoa), Mensagem (Fernando Pessoa), Tarde (Olavo Bilac), A falência (Júlia Lopes de Almeida) e O Ateneu (Raul Pompeia).

Clássicos da literatura mundial

Para passar no vestibular

A coleção Clássicos em 80 páginas traz mais uma obra sobre autores clássicos da literatura brasileira. Tantos leitores já ouviram nomes como Fagundes Varela e Álvares de Azevedo, sem ter tido, contudo, a oportunidade de se encantar com as obras desses escritores geniais. Pequenos textos de grandes autores brasileiros reúne informações, poemas e contos de expoentes do Parnasianismo, Realismo, Romantismo, além do Simbolismo e do Pré-Modernismo. O leitor terá a oportunidade de reencontrar ou ser apresentado a autores brasileiros de nossa literatura como Machado de Assis, Castro Alves e Maria Firmina dos Reis.

Pequenos textos de grandes autores brasileiros

Quando você for mais velho, quais lembranças irá guardar de seus tempos de escola? Alegrias? Amizades? Bons momentos? Em O Ateneu as recordações do narrador/protagonista Sérgio não são nada boas. Suas lembranças da época em que era estudante em um internato destacam a rigidez da disciplina imposta pelos professores, as frustrações e os maus-tratos que sofria, tudo isso num estilo analítico em que as emoções do presente servem para reviver os sentimentos vividos na infância.

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